domingo, 22 de abril de 2012

O culto a parente...


O culto a parente... A superação dialética de todas as contradições... no cotidiano brasileiro... público e privado...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Sobre crer ou não crer


Fui educado na religião católica, em um ambiente ecuménico, talvez mesmo liberal. Minha mãe, muito católica e religiosa. Meu pai cria em Deus e amealhava conhecimentos, ensinamentos de todas as religiões, inclusive orientais, ao mesmo tempo que desconfiava de todos eles e todas elas. Tive educação religiosa rigorosa, mas meu primeiro contato com Darwin e a teoria da evolução se deu quando ainda estava no terceiro ou quarto ano do ensino fundamental, portanto, com 8, 9 anos de idade. Foi por meio de minha professora de religião, que era adepta do darwinismo. Li textos de viagens e autobiograficos de Darwin com aquela idade. Aos meus pais importava apenas que eu tivesse fe' em Deus. O que hoje chamam de criacionismo, como se cientifico fosse, sempre me pareceu um equivoco absoluto, um fanatismo, portanto cego e sem fundamento.


Com isso, aprendi a respeitar o sentimento religioso, a respeitar todas as religiões. Minha educação religiosa incluía a leitura dos textos considerados sagrados, de varias religiões, o que também foi ótimo, pois vejo ai' muita crença e muita critica de gente que nao leu e fala de ouvir dizer.
Fiquei impregnado com um sentimento de amor ao outro, de justiça. Hoje, nao desprezo a religiao, religião alguma. Nao sou religioso, mas preservo minha fe', muito embora com a observação agnóstica e, sobretudo, da ausência de intenção de conversão.
Significa que admito que nao ha' como sustentar a fe' em algum conhecimento. O agnóstico pode crer ou nao, mas sempre manterá uma postura cética, em relação 'a demonstração possível da crença ou descrença. Cética nao quer dizer que nao haja verdade, apenas que nao ha' meio possível de demonstrar a verdade, e' uma suspensão da tentação de dizer e impor a verdade.
A fe' advém dessa experiencia pessoal (e social) com a divindade. Darwin era agnostico ateu, mas sua mulher era extremanente religiosa.
A fe' decorre dessa experiencia. Ela nao sustenta a experiencia, pois sem a experiencia, a fe' seria vazia, apenas uma repetição de ensinamentos, o que nao e' fe'.
Bom, fica indicado o filme Creation, que passou muito brevemente por aqui, sem despertar atenção, muito embora o belíssimo roteiro, a fotografia e a musica de envolverem, fidelidade histórica o quanto possível e desejável no cinema, interpretações maravilhosas do casal Darwin.





quarta-feira, 18 de abril de 2012

Velho discurso


Confesso ter ficado extremamente desapontado com o primeiro discurso do ex-Presidente Lula, recuperando-se de sua doença.
Insistiu no velho tema da desnecessidade de estudo, da desnecessidade dos diplomas e na protecção aos pobres, no entendimento dos pobres.
Muito triste em nosso Pais a desvalorizacao do estudo, do esforço de saber.
Muito triste alguem bater no peito, com orgulho, e dizer que o estudo e o esforço do estudo não são importantes.
E' o circulo vicioso do Brasil de sempre, anti-intelectual.
Ele precisaria dar um exemplo diferente, incentivar 'a boa formação e lamentar que não a tivesse tido.




Jamais fui adepto do penchant weberiano pela autoridade carismática. Acho que devemos julgar e refletir sobre acoes e discursos, sem nos esquecermos que as acoes são mediadas pelos discursos. 

No mais, com ou sem exageros, vamos aprendendo a lidar com a democracia (seus limites, virtudes e vícios). 
A questão esta' em que o ex-presidente sempre necessitou dos intelectuais, pois o saber de um homem que teve apenas o ensino pratico e técnico e' limitado. Ele esteve rodeado de intelectuais. O que ele deveria fazer publicamente seria reconhecer isso. Falar das dificuldades que teve pela ausência de estudo, que um brasileiro como ele poderia ter ido mais longe, que poderia ter ajudado mais, preservando intenções e utilizando-se do saber. 
Poderia ter apanhado um livro, durante um discurso, e mostrado a todos, citando uma ou outra passagem, mesmo para sustentar sua critica aos intelectuais (porque a maior critica aos intelectuais esta' nos textos de outros tantos intelectuais). Essa alavanca continua faltando. 

Se eu crio escolas, ótimo. Mas isso vai depender de eu dizer 'as pessoas para que servem. 

A educação e' uma caracteristica básica do humano. So' ela nos permite refazer, em vários anos de ensino o percurso dos hominídeos. Se a negarmos, destruimos o humano e temos uma sociedade sub-animal (porque o humano perdeu as referencias animais, negou-as pelo acréscimo cultural). 

Se crio universidades, preciso dizer que por meio do que nela aprendermos e ensinarmos e pesquisarmos transformaremos o mundo e negaremos a autoridade dos que nos precederam, inclusive desse eu que criou a universidade. 

Depois de oito anos de governo, e' de se esperar que o Pais esteja melhor e mudar o discurso. 

No mais, continuemos a conversa, o debate, com a paixao de querermos construir um mundo melhor e sempre nos respeitando uns aos outros.

terça-feira, 17 de abril de 2012

O espaço publico da imprensa e os interesses ocultos


Imprensa e interesses privados... ocultos...
Uma discussão necessária, cuja partidarização impede, atrapalha.

Clique para ler artigo de Janio de Freitas

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Uma resposta possivel





Acredito que a resposta deva mesmo ser uma especie de atitude de republica de cidadãs e cidadãos simples, que desfaz da ganancia de tanta gente que assumiu os postos de importância. Criar laços de confiança e fortalecer a amizade, o companheirismo. Ter esperança de que toda essa malvada gente venha a ruir e nao faça ruir a sociedade em que vivemos, a cidade que construímos. De algum modo, nossas atitudes sinceras tem de contar, enfim. 


Video: Sobre permanecer decente como resposta.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Declaração de voto.





Ano eleitoral.
Os candidatos da situação vão aparecer e dizer que fizeram tudo e mais um pouco (a tal ponto que, se verdade fosse, nada mais seria preciso fazer). Mas eles também dirão que farão ainda mais (a tal ponto que o próprio céu se mudaria para a terra, transmudada em paraíso).
Os candidatos de oposição vão, de sua feita, dizer que nada foi feito ou que tudo foi feito errado e que, se eleitos, farão tudo e mais um pouco.
Todos, por obvio, prestarão homenagem e culto 'a deusa economia, naquela velha toada do fazer a lição de casa, dizer que austeridade, disciplina são seus modos habituais.

O modelo, pois, sera' o mesmo.
Finalmente, teremos os candidatos saídos dos livros de folclore, que apelarão para a cultura perdida da população, aquela que anos de repressão e de manipulação da educação fizeram gerar.
Para evitar o gasto do tempo dos candidatos e militantes, vou declarar desde logo meu voto.
Acho importante que todos declarem seu voto. Não existe neutralidade e a declaração de voto ajuda justamente, pela verdade, a construir um espaço publico mais autentico. Quando um órgão de imprensa declara seu voto, deve ser elogiado, pois permite ao publico, 'as leitoras e aos leitores o controle, a fiscalização das opiniões, das noticias. Nos EEUU, isto já ocorre ha' bom tempo. O fato de começar por aqui e' um bom sinal de amadurecimento político.
Muito bem, neste ano, vou votar de novo no Barack Obama.
E não adiante dizer que ele fez isso e não fez aquilo, que os EEUU são isso e não são aquilo.
Os/as amigos/as mais esclarecidos podem dizer que ele e' ou não e' keynesiano, podem, enfim, critica-lo ou não o criticar.
Vou ouvir todo mundo, vou ler todo mundo, mas meu ponto de partida e' esse ai'.
Ah, claro, podem dizer também que a eleição sera' no Brasil, mas o meu voto esta' declarado.

No intimo, no fundo,acho que essa eleição e' a que importa.


E punto fermo.

domingo, 8 de abril de 2012

As viagens imponderáveis dos conceitos vira-latas...




O Brasil sofre de flexibilidade, nao de rigidez. A dor nas costas dos/as brasileiros/as e' decorrente de tremer muito e nao de ficar parado.
Ha', apenas para dar um exemplo meio tosco, gente que diz pensar o Pais, que apanha la' uma cronica esportiva de uma grande teatrologo patrio (e patriota confesso) e transforma uma expressão engenhosa num de seus "conceitos" mais importantes, num cavalo de batalha...
Aqui, a crónica original, de Nelson Rodrigues:  "eu acredito no brasileiro, e pior que isso: - sou de um patriotismo inatual e agressivo".


sábado, 7 de abril de 2012

Ser o que se é, nada mais sobra, nada mais soma.



Aprendi a ser eu mesmo, quando o que mais tinha, ou achava que tinha, tiraram de mim.
Enfim, aos idiotas, que compõem a maioria esmagadora da humanidade, não há como ser sem tirar, sem usurpar.
A infinitude dos idiotas... única certeza do mundo.
Depois, descobri isso aqui:

Oscar Wilde: "Be yourself; everyone else is already taken"



Albert Einstein: “Two things are infinite: the universe and human stupidity; and I'm not sure about the universe.” 


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Crer e não crer. Um sentido para a religião.

Fragmento mais antigo do manuscrito do Evangelho de João; aproximadamente 125 AD
© John Rylands Library of Manchester


Em tempo da Páscoa (passagem, ressurreição, renascimento, reinicio) sempre me ocorre esse momento, que encerra o Evangelho de Joao (capitulo 21), que, para mim, guarda o sentido de religião: amizade, compaixão, perdão, esperança, recomeço.

A passagem tem uma beleza impar, do ponto de vista ético e literario. Nada mais lirico do que o encontro do mestre e de seus alunos, dos amigos, enfim, em torno do moquém, em que se prepara o peixe. Depois de repartirem o alimento, o mestre pede a um de seus alunos, que alimente todos os demais, que retransmita o que ensinou a todos, como o pastor acolhe e protege suas ovelhas. A outro, pede apenas que o espere, que permaneça. A uns, que o sigam, a outros, que guardem sua integridade, o que sao genuinamente.

Eis a bela passagem da pesca e refeição matinal: 

"E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus.
Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não.
E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.
Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar.
E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes.
Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão.
Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes.
Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede.
Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor.
Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe.
E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.
E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.
Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas... 
Segue-me.
E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?
Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será?
Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu... 
Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem..."


Sente-se a alegria do encontro, a beleza da paisagem da manhã, talvez a brisa que segue o lago, ouve-se o riso dos amigos, que brincam e aproveitam o termino do trabalho bem feito, da pesca frutífera, no descanso que a refeição permite.


Não fugir da verdade, perdoar, recomeçar, comprometer-se com os outros, com o futuro, guardar esperança, ter compaixão, compartilhar, guardar-se integro, grande. Tudo isso com alegria e partilhando a amizade verdadeira.

Diante disso, crer ou não crer mostra-se irrelevante.




quinta-feira, 5 de abril de 2012

O ambiente nao importa para a elite brasileira

O atual governo brasileiro tem-se portado, lamentavelmente, como o velho governo brasileiro.
Aposta no petroleo e nao na pesquisa de novas fontes limpas de energia.
Incentivo ao setor de autopecas, 'a vinda de fabricas de automoveis de todos os lugares do mundo (fabricas, em verdade, que montam grandes galpoes apenas para a montagem final dos automoveis, na verdade fabricados em suas proprias terras).
Critica aos ambientalistas, rotulados de alienados, semeadores de fantasias.
Nao bastasse a degradacao acentuada do meio ambiente, o desmatamento, a poluicao nas cidades, a ma' qualidade de vida, que prevalece sobretudo entre os mais pobres, mas democraticamente alcanca a todos (menos a classe media, que passa suas semanas e temporadas na Florida e acha que continua por la' o tempo inteiro...).
A ma' qualidade de rios, o desperdicio da agua, fator fundamental de vida.

Nada disso importa. O que importa ao Governo (federal, estaduais, municipais) e' incentivar o industrial predatorio (nacional ou estrangeiro), e' bajular o comerciante rico do momento, e' abrir mao de contribuicao ao erario publico, 'as custas da populacao que recolhe tributos, sem manifestar sua vontade.

A Carta Magna nao passou por aqui, as Revolucoes Inglesa, Americana, Francesa, por obvio, nao se deram aqui.

Continuamos o Pais dos estamentos, da escravidao, a "democracia senzaleira".

A Revolucao Verde tambem nao chegou e, se depender de nossos governantes, politicos e empresarios, de maioria de visao estreita, de pensamento vidrado nos proprios interesses mesquinhos, nao chegara'.

O Brasil ainda acha que tem o direito de se desenvolver (isto e', enricar ainda mais os donatarios), sem prestar contas 'a sua populacao, nem 'a humanidade.

Isto esta' custando caro a todos nos que, ainda bestializados, assistimos a todo tipo de medidas e manobras para nos afastar do caminho da felicidade.

"Tanto tempo o Brasil deixou de cuidar do meio ambiente, que, agora, tera' de cuidar do ambiente inteiro", e' uma velha brincadeira de Millor Fernandes.

O ambiente inteiro, para a "elite" brasileira, pode ficar para depois... O que havera' depois?



http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,pessoas-contrarias-a-hidreletricas-na-amazonia-vivem-fantasia-diz-dilma,857484,0.htm

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,governo-planeja-pacote-para-setor-de-autopecas,108529,0.htm

Os varios Supermen...

Vespera de feriado. Correndo algum perigo? O Indian Superman podera' fazer todo mundo dancar... Ah, as adaptacoes culturais...http://www.youtube.com/watch?v=f5Pjo0WjBcs&feature=player_embedded